domingo, 13 de junho de 2010

Algodão doce

Subitamente, sentiu uma enorme vontade de comer algodão doce.
Fechou, por um momento, os olhos e recuperou a imagem longínqua da criança feliz, esperando, maravilhada, o resultado daquela operação única, que transformava, magicamente, o açúcar em delicadas nuvens coloridas.
Sorriu de si mesma.
Por que isso agora? Quantos anos se passaram sem que nem se lembrasse da existência de algodão doce?
Chegava, porém, a sentir o cheiro adocicado e uma absurda necessidade de voltar a experimentar aquele sabor inesquecível.
Seria isso possível, outra vez? E, se fosse, teria ainda aquele mesmo encanto?
Talvez por imaginar que já sabia todas as respostas, decidiu não se fazer mais nenhuma pergunta.
E, com o gosto insosso de sempre na boca, continuou seu caminho.

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