domingo, 13 de junho de 2010

Expectativas

Na porta da escolinha, mães e domésticas espremiam-se, com alguma ansiedade, na tarefa de resgate às crianças, em meio ao trânsito complicado, mais ainda pela ação do guardinha, que ajudava o motorista da perua escolar a desviar dos obstáculos.

Discretamente, num ponto da calçada, ela aguardava o sinal, com o coração enternecido pela alegria adivinhada que aquela surpresa causaria em seu pequeno.

Sentia que, a despeito da cara feia de seu chefe, valera a pena ter saído mais cedo do trabalho para, como as outras mães que ali estavam, buscar pessoalmente seu filhinho querido.

Há quanto tempo vinha pensando em estar mais próxima dele, para brincarem um pouco mais, conversarem, desfrutarem, enfim, daquele tempo precioso de infância, que vinha se escoando tão depressa!

Ao distingui-lo, lá no fundo do corredor, tagarelando com os coleguinhas, não se conteve, gritando bem alto o nome da criança.

O menininho não escondeu sua decepção.

Queria mesmo era ir de perua, para usar o “game boy” de seu amiguinho no trajeto.

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