domingo, 13 de junho de 2010

Fragilidades

Caminhava pelas ruas, sem saber para onde ia, guiada apenas pelas lembranças, que, nos dois últimos anos, alternavam-se entre o mel e o fel.
Não era fácil romper com aquele amor, impregnado até suas entranhas, mas não havia outra coisa a fazer.
Já não sentia os próprios pés e nem mais se importava que lhe vissem esbanjando lágrimas.
As pessoas que por ela passavam tampouco faziam caso de sua dor.
Apenas o garoto, que vendia balas no sinal, ficou longamente a observá-la.
Por um momento, deixou seu ofício e passou a caminhar, silenciosamente, ao lado dela.
Na primeira oportunidade, levou-lhe também a bolsa.

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